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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Língua portuguesa - Acordo ortográfio



Considero uma idiotice a implementação do chamado acordo ortográfico entre os países de língua portuguesa. Suponho que idiotice, adjetivo que usei tenha significados diferentes entre os países signatários do acordo, mas, não a ponto de comprometer a minha intenção.

Da matriz, o português de Portugal, nasceram filhos, filhos queridos que merecem respeito, porque dizem respeito às culturas dos povos que acolheram essa língua.

A idéia de unificação ortográfica, com vistas a faciltar a comunicaça entre os povos de língua portuguesa, em princípio é louvável, mas, na prática, sofrível.

Não temos o direito de aniquilar os resultados culturais dos povos de língua portuguesa e obrigá-los a escrever de uma forma que não reflete suas próprias constuções ortográficas.

Vale salientar que a reforma que deveria se restringir à ortografia, avança sobre ortofonia, ou será, orto-fonia?

Considero importantíssimo valorizar a língua portuguesa, mas, considero imperdoável que, a esse propósito, as culturas dos países de língua latina, portuguesa, sejam sacrificadas.

Supimir e acrescentar hífens; suprimir e acrescentar acentos; nada disso melhorará a nossa comunicação com os irmãos de língua portuguesa.

Melhor mesmo é que na dificuldade, recorramos ao léxico.

Não vejo dificuldades na comunicação entre os povos de língua portuguesa se considerada somente a ortografia.

Se temos dificuldades, certamente, se situam no campo conceitual.

Nesse sentido, sugiro que leiam, especialmente os irmãos não brasileiros, ou não-brasileiros, o livro Dicionário de Português (Schifaizfavoire) de Mário Prata, Ed. Globo S.A., Brasil, para que percebam que se há dificuldades de comunicação, certamente, não passam pela ortografia, mas pela cultura de cada povo de língua portuguesa.

Nesse sentido, esse livro de nosso "Pratinha" é precioso para demonstrar que a simples ortografia não é suficiente para permitir a perfeita interlocução entre indivíduos de nacionalidades diferentes e de mesma língua. Bem exemplifica essa assertiva o seguinte verbete extraído do livro:

"PICA

Corruptela de picada, para dizer INJEÇÃO. Quando for a uma farmácia e disser que quer tomar uma injeção e o farmacêutico perguntar se quer a pica no cu, não se assuste. É isso mesmo: injeção nas nádegas. Para evitar este constrangimento é melhor ir dizendo, logo de cara, que quer a pica no braço."

É... não basta identididade ortográfica, é fundamental conhecimento das diferentes culturas.

É como penso!

RMG
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Língua portuguesa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Português
Falado em: Oficialmente em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau (China).
Total de falantes: Nativa: 200 milhões[1][2]
Total: 240 milhões[3]
Posição: 6ª como língua nativa ou segunda língua;
5.ª como língua nativa[4]

Escrita: Alfabeto latino
Língua portuguesa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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A língua portuguesa é uma língua românica, flexiva que se originou no que é hoje a Galiza e o norte de Portugal, derivada do latim vulgar falado pelos povos pré-romanos que habitavam a parte ocidental da península Ibérica (Galaicos, Lusitanos, Célticos e Cónios) há cerca de dois mil anos. O idioma se espalhou pelo mundo nos séculos XV e XVI quando Portugal estabeleceu um império colonial e comercial (1415-1999) que se estendeu do Brasil, na América, a Goa, na Ásia (Índia, Macau na China e Timor-Leste). Foi utilizada como língua franca exclusiva na ilha do Sri Lanka por quase 350 anos. Durante esse tempo, muitas línguas crioulas baseadas no Português também apareceram em todo o mundo, especialmente na África, na Ásia e no Caribe.

Com mais de 260 milhões de falantes,[11] é, como língua nativa, a quinta língua mais falada no mundo, a mais falada no hemisfério sul, a terceira mais falada no mundo ocidental e das que usam o alfabeto latino. Além de Portugal, é oficial em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, desde 13 de julho de 2007, na Guiné Equatorial,[12][13] sendo também falado nos antigos territórios da Índia Portuguesa (Goa, Damão, Ilha de Angediva, Simbor, Gogolá, Diu e Dadrá e Nagar-Aveli) e em pequenas comunidades que faziam parte do Império Português na Ásia como Malaca, na Malásia e na África Oriental como Zanzibar, na Tanzânia. Possui estatuto oficial na União Europeia, no Mercosul, na União Africana, na Organização dos Estados Americanos, na União Latina, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e na Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP).

Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente (português brasileiro e português europeu). No momento actual, o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais (note-se que línguas como o inglês têm diferenças de ortografia pontuais mas não ortografias oficiais divergentes), situação a que o Acordo Ortográfico de 1990 pretende pôr cobro.

Segundo um levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem, atualmente, cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades estão dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

O português é conhecido como "A língua de Camões" (em homenagem a Luís Vaz de Camões, escritor português, autor de Os Lusíadas) e "A última flor do Lácio" (expressão usada no soneto Língua Portuguesa, do escritor brasileiro Olavo Bilac[14]). Miguel de Cervantes, o célebre autor espanhol, considerava o idioma "doce e agradável".[15]

Nos séculos XV e XVI, à medida que Portugal criava o primeiro império colonial e comercial europeu, a língua portuguesa se espalhou pelo mundo, estendendo-se desde as costas africanas até Macau, na China, ao Japão e ao Brasil, nas Américas. Como resultado dessa expansão, o português é agora língua oficial de oito países independentes além de Portugal, e é largamente falado ou estudado como segunda língua noutros. Há, ainda, cerca de vinte línguas crioulas de base portuguesa. É uma importante língua minoritária em Andorra, Luxemburgo, Paraguai, Namíbia, Maurícia, Suíça e África do Sul. Além disso, encontram-se em várias cidades no mundo numerosas comunidades de emigrantes onde se fala o português, como em Paris, na França, Hamilton, nas Ilhas Bermudas, Toronto, Hamilton, Montreal e Gatineau no Canadá, Boston, Nova Jérsei e Miami nos EUA e Nagoia e Hamamatsu no Japão.
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4 comentários:

  1. Já me propus a adotar a nova ortografia uma ou duas vezes, mas confesso que ainda me dá preguiça....

    Como sempre desconfiei que tenho uma alma antiga, agora minha escrita combina com ela...

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  2. Amigo Roberto,
    Muito me apraz verificar que tal como cá em terras lusas aí no Brasil onde tão deliciosamente se fala "brasileiro", também se tem a opinião de que o (des)acordo ortográfico não passa de uma imbecilidade organizada e preparada por seres indolentes que nada tendo mais que fazer se atreveram a liquidar a língua de Camões, mãe das mais variadas variantes, passando a redundância, que um pouco por todo o planeta se propagou levando "novos mundos ao mundo", dando origem ás mais diversas formas de "linguarejar" enriquecendo desta forma as terras e as gentes por onde havia passado.
    Assim, caro Roberto, desejo endereçar os meus mais sinceros votos de êxito.
    Cumprimentos,
    Castro Dias

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  3. Prezado Castro Dias,

    Não precisamos de um dialeto universal. Adoro falar "brasileiro" e defendo incondicionalmente o respeito à inteireza de nossa língua-mãe (nem sei mais se devo hifenizar!).

    Seja bem-vindo e aguardo novas intervenções, seja comentando ou sugerindo pautas.

    Grande abraço,

    RMG

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  4. Este tema sempre me encantou, Roberto, por ter feito Letras na Universidade, por ser filha de uma Portuguesa e ter quase nascido na Ilha da Madeira, por ser apaixonada pelo estudo dos idiomas...
    e confesso que concordo inteiramente com você. Não consigo entender qual o propósito de se mexer na cultura dessa forma ditatorial. É claro para quem vai além na interpretação dos objetivos dessa "idiotice" que não é por causa da língua, mas de interesses comerciais e políticos. Há alguns anos, meu irmão, PORTUGUÊS, teve que pedir ajuda à minha irmã, também portuguesa e professora de português, para traduzir textos de português brasileiro para português de Portugal, porque esse texto não era aceito pelo Comércio Mundial... patético! Pateticamente capitalista.

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