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Embora de conteúdo jurídico, este blog tem a pretensão de abrir o debate sobre questões relacionadas à família, aos relacionamentos, em qualquer de suas configurações, e, para isso, quero contar com a participação de todos, independentemente de arte, ofício ou profissão; ideologias ou credos; afinal, é do diálogo plural e democrático que nascem as idéias e valores que, de alguma maneira, hão de dar os contornos à sociedade que desejamos.

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Iniciação afetiva



Diz a Lei de Murphy que “Se alguma coisa pode dar errado, com certeza, dará.”

Não pretendo discutir as asserções do engenheiro aeroespacial norte-americano Edward Murphy, mas, as utilizo como premissas desse breve comentário acerca das aflições dos pais em relação a seus filhos em fase de iniciação afetiva.

Como e o que fazer quando nossas crianças chegam ao estágio de iniciação afetiva?

Difícil! Adolescentes se sentem absurdamente pressionados pelos grupos dos quais fazem parte, e, em regra, não vêem nos pais, fonte de socorro.

Felizmente, regras têm exceções!

Como disse Nelson Rodrigues, “Jovens: envelheçam depressa! Envelheçam com urgência!”. (Tudo seria mais fácil...)

Voltando ao tema, diria às nossas crianças: - Sejam leves!

Mas... o que é ser leve?

Ser leve é ser coerente, exato nas escolhas.

Lembram do enunciado de Murphy? O segredo está nas escolhas, afinal, somos resultado de nossas escolhas.

É preciso que nossos jovens entendam isso.

Como em qualquer processo, não sabemos as regras no início, mas, precisamos ter discernimento para distinguir o que nos serve do que nos faz servis.

Que as escolhas recaiam na paridade: nem senhores, nem servos, mas parceiros.

Amor que dói, é qualquer coisa, não é amor.

É na cumplicidade sincera que se estabelecem os verdadeiros amores, nunca naqueles em que o perdão é sempre exigido.

O que nossas crianças precisam aprender nessa fase difícil da vida? Precisam aprender que suas escolhas as definirão.

E escolhas são difíceis, mas têm que ser feitas.

Hora da razão. Hora da avaliação. Hora da decisão do que queremos ser.

Quero que nossas crianças saibam avaliar e decidir. Não as quero reféns de afetos mal-resolvidos. Não as quero clientes em potencial das varas de família, de psicólogos ou psicanalistas. Quero que sejam leves, a despeito de todas as dores que tenham que suportar em razão de suas escolhas.

RMG

6 comentários:

  1. Que texto bonito, Roberto.

    Que seja leve, que seja doce, o amor para nossas meninas.

    Também escrevi um texto a respeito desse desejo de felicidade no amor para minha filha ( http://meninadecachos.blogspot.com/2010/05/perdas-e-danos.html ) . E ainda há pouco, li uma frase que se encaixa no seu belo post:

    "It is in your moments of decision that your destiny is shaped." Tony Robbins

    Que eu, você, outros pais e mães, saibamos, a despeito de nossas próprias dores e erros, ajudar nossas crianças a avaliar, decidir e moldar um futuro feliz e sem arrependimentos.

    E que seja leve, que seja doce, o amor para nós, também.

    Beijo, para você e para sua menina linda.

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  2. Concordo pelnamente sobre a questão das escolhas, mais ainda sobre o fato das pressões de grupo. Pior, nossas crianças e adolescentes não são preparados para dizer não a esses grupos. Há estereótipos estabelecidos e ficar fora dos grupos os coloca em xeque, os tornam, na visão deles, rejeitados e, quanto a isso, eles ainda não têm ferramentas para resolver e os pais não sabem, muitas vezes a parte que lhes cabe. O diálogo, ou melhor, a ausência dele é o que mais pesa. Os pais ainda não aprenderam a dialogar com seus filhos.

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  3. Nina e Ednelson,

    Sinto-me menos só a ler os seus comentários. Nossos filhos precisam de pais presentes, sensíveis às suas necessidades e, às vezes, o não é a melhor resposta, mas, sempre precedido do necessário diálogo.

    Obrigado pelas visitas.

    RMG

    PS - A propósito, vale a pena ler http://meninadecachos.blogspot.com/2010/05/perdas-e-danos.html da Nina

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  4. A palavra agora é ser popular, minhas filhas falam muito sobre isso. Um dia fomos adolescentes e não dá para esquecer, como é importante ser reconhecida e aceita. Estarmos presentes,inspirar confiança , saber ouvi-las( sermos menos críticas), mesmo sabendo que nunca vão contar tudo. Conhecer os amigos, trazê-los para nossa casa, interagir com a turma, sem privá-los da liberdade. Se eles não estão preparados para dizer não, nós precisamos dizer não por eles, muitas vezes, é isso que esperam de nós.

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  5. Meu filho ainda é pequeno, só tem três anos, contudo já me preocupo com seu futuro e como será sua adolescência, época de tantos conflitos.
    Espero saber ajudá-lo a fazer boas escolhas, suportando a pressão dos amigos.

    Abço,

    Roberta

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  6. Muito lindo!
    A gente bem que gostaria de evitar todos os perigos e prováveis desacertos - mas eles aprendem...bjs

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