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Embora de conteúdo jurídico, este blog tem a pretensão de abrir o debate sobre questões relacionadas à família, aos relacionamentos, em qualquer de suas configurações, e, para isso, quero contar com a participação de todos, independentemente de arte, ofício ou profissão; ideologias ou credos; afinal, é do diálogo plural e democrático que nascem as idéias e valores que, de alguma maneira, hão de dar os contornos à sociedade que desejamos.

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sábado, 24 de abril de 2010

TENHO MEDO!


(“é tão escuro e fundo dentro de mim, estou me afogando...” Disse-me algém...)

Cartas postas, que vença o melhor!

Seria a vida um jogo de azar, seria um jogo? Seríamos obrigados a jogá-lo? Afinal, quem deu as cartas, quem é o dono da banca? Que jogo é esse em que nunca sabemos se ganhamos ou não?

A metáfora é boa, mas, a premissa vazia. Não é a vida um jogo, tampouco somos jogadores (embora nos esforcemos para sê-lo), especialmente, se considerarmos que o adversário mais perigoso não esta a nossa frente, está no “escuro e fundo” que há em nós.

A Filosofia ensina que o maior desafio não é descobrir a causa das coisas, nem mesmo a causa da coisa não causada, mas, enfrentar o risco do necessário mergulho no “escuro e fundo” de nossas almas (aqui entendida filosoficamente como anima).

A possibilidade de afogamento é real, presente e, lamentavelmente, freqüente, não obstante o número de afogados que sequer suspeita ter somente passado pela vida, sem experimentá-la.

Sinto a expectativa de quem lê e espera resposta fácil a esse imanente problema humano. Não a tenho! Tenho, somente, coragem de, cotidianamente, ir sempre e cada vez mais fundo nesse mergulho em busca de mim. A cada instante me surpreendo, me assusto, sinto medo, euforia, às vezes, e me inquieto cada vez mais.

De tudo, dores, boas surpresas, surpresas, afirmo, com orgulho e medo que dragões existem, mas, subjugá-los é a justa recompensa de quem se arrisca.

Sejam, portanto, o medo, a curiosidade, o desejo ou a coragem, o trampolim para esse mergulho necessário, caso queiramos ser mais do que existir.

RMG

2 comentários:

  1. Compreendo inteiramente esse medo ...eu sinto.
    Ficar triste,ter medo, chorar ,se angustiar fazem parte do "ser humano".Vejo no momento atual as pessoas querendo ser despojadas desta angustia de viver deste mergulho em busca de si, delegando ao outro ,médicos e intervenções quimicas a solução para está inquietação ,em vez de indagar o seu sentido. Esta busca é a fonte de todos os atos de criação humanos .

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