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Embora de conteúdo jurídico, este blog tem a pretensão de abrir o debate sobre questões relacionadas à família, aos relacionamentos, em qualquer de suas configurações, e, para isso, quero contar com a participação de todos, independentemente de arte, ofício ou profissão; ideologias ou credos; afinal, é do diálogo plural e democrático que nascem as idéias e valores que, de alguma maneira, hão de dar os contornos à sociedade que desejamos.

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terça-feira, 15 de março de 2011



Antigamente se diria que nascemos condenados à morte, hoje, a sentença retroage ao momento da concepção. Grande diferença, mas a sentença é a mesma.
Toda a filosofia se construiu a partir dessa certeza: da morte e do medo que dela temos.
Os orientais, a meu sentir, lidam melhor com a morte, a entendem como parte ou fim da existência.
Entre os ocidentais a resistência à morte é grande, fortíssima, especialmente se considerada como o fim "definitivo".
A partir de um questionamento primário, erigiram-se as várias vertentes filosóficas: de onde viemos; porquê somos; para onde vamos?
A primeira e a última indagação remanescem com respostas minimamente convincentes. Não há porque se estranhar, afinal, dois pontos, ainda não superados, representam desafios além da capacidade humana de compreensão da existência.
Neste ponto, não arrisco nenhum palpite, se deus nos criou ou se o criamos a fim de termos a imortalidade, o paraíso ou o nirvana.
Particularmente, adoraria encontrar a resposta, mas, com a limitada capacidade que temos, me conforta a idéia de que há muito que não somos capazes de compreender.
Acredito, piamente, que há causa das coisas não causadas. De resto, não faço idéia porquê, para quê existimos e para onde vamos.
Gosto muito, neste aspecto, da idéia oriental de que, com a morte, passemos a integrar a natureza divina, ou seja, deixamos de ser indivíduos e, como energia, voltamos ao colo do pai.
Conceito difícil de aceitar, especialmente no mundo ocidental.
Mais difícil ainda é pensar que como velas nos consumimos e perecemos, sem qualquer possibilidade de continuidade.
Seja como fôr, mesmo que mal equipado, continuarei a procurar a causa das coisas não causadas e a tentar descobrir Deus.
Enquanto isso, como aprendi com neu pai, tentarei, a cada dia, ser melhor, independentemente de recompensa.
Não sou índio, portanto, não me submeto a catequese imbecil de bem e de mal. Prefiro ser ético. Ética se aprende!
Em resumo: creio que a ética seja a verdadeira salvação, independentemente de céu e inferno.
Sejamos, portanto, independentemente de haver recompensas no porvir, éticos.

RMG